A indústria das conservas de peixe constitui um mercado em expansão em Portugal – como antigamente. E não fosse a restrição à pesca da sardinha e ainda ficava melhor no consumo interno e na exportação. É a crise de uns e o sucesso de outros: come-se mais enlatados. Esta é uma informação disponibilizada pelo site Visão.
Portugueses e turistas estrangeiros estão cada vez mais adeptos das conservas: a indústria das conservas de peixe vai de vento em popa
A cotação das conservas de peixe portuguesas no mercado está em alta e é fonte de alegria para a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) que reconhece serem os turistas estrangeiros a maior fatia de clientes depois dos portugueses que voltam agora ao passado da tradição das conservas.
Com as exportações dinamizadas o sector da indústria das conservas de peixe está a atravessar, nos últimos quatro anos, um momento de excelência. Aquelas que antes disso eram desprezadas e consideradas uma forma de alimentação menor são agora bem procuradas e o mercado nacional, imagine-se, aposta na descoberta de um selo gourmet.
“Hoje, começa-se a perceber que a conserva é mais do que uma solução de recurso”, refere uma das lojistas apoiadas pela Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).
Fiquemos todos a saber que o nível de consumo dos portugueses no que à indústria de conservas de peixe diz respeito, está semelhante ao dos franceses e comparável ao da primeira grande guerra mundial. Eu bem tinha dito que se tratava de crise séria. Já agora, será também importante referir que este sector ocupa o terceiro lugar no ranking das exportações – depois do vinho e do azeite, e ultrapassou ligeiramente as cervejas. Para concluir, fiquemos com mais esta: o peso da indústria das conservas de peixe tem um peso no PIB nacional que deverá andar à volta dos 3%, logo ai mesmo ao lado do calçado (3,5%).
Indústria de conservas de peixe, a gestão familiar que continua a conquistar gerações e exportações
Apesar de (ainda) se caracterizar por uma gestão familiar a indústria das conservas de peixe tem vindo a sofrer profundas alterações nos últimos dez anos: aproveitaram os fundos comunitários para agarrar a modernidade e investiram – como deve ser. Modernizaram as linhas de produção, substituíram máquinas, adquiriram saber em higiene e esterilização, apostaram em investigação e desenvolvimento, portanto inovação, e cá estão elas a bombar e alimentar todas as antigas classes sociais. porque agora quase não as há e comemos todos, com mais ou menos frequência, conservas de peixe.
E depois a indústria tem destas coisas: o bem estar de uma proporciona bem estar a outras – como é o caso do óleo e do azeite absolutamente imprescindível na produção das conservas de peixe. Ou das latas e das embalagens de cartão. E dos plásticos. E dos transportes.
E agora, as conservas mais consumidas. Os portugueses, e os estrangeiros, são fiéis à saltitona sardinha e ao atum do nosso mar. Depois chega o consolo das cavalas, das lulas, do polvo e, mais recentemente, do bacalhau.
É a crise. mas uma crise que serviu, e serve, também para dar destaque à indústria das conservas de peixe made em Portugal.
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