No Sector da Alimentação e Bebidas a utilização de materiais em estado pulvéreo constitui-se um dos principais factores que podem estar na origem da formação de atmosferas explosivas. Alguns exemplos envolvem processos industriais para a transformação e embalamento de produtos como trigo, milho, arroz, açúcar, leite em pó, farinhas diversas, malte, rações, etc.
No sector da alimentação e bebidas as poeiras em suspensão têm origem diversa
As poeiras em suspensão do sector da alimentação e bebidas resultam essencialmente, entre outros, de emissões que ocorrem durante a manipulação dos produtos, actividades de limpeza por varrimento e sopragem com ar comprimido, dispersões por deslocação do ar, ausência de sistemas de despoeiramento.
Para limitar a formação de poeiras em suspensão pode-se aumentar a granulometria dos produtos manipulados (desde que viável do ponto de vista processual) e pode-se ainda proceder à captação das poeiras por aspiração.
As operações de limpeza devem ser efectuadas por aspiração. Já os depósitos de poeiras combustíveis podem surgir em muros e pavimentos mais rugosos, estruturas e recantos nas edificações e equipamentos.
As superfícies planas no topo de muros e nas estruturas dos pavilhões devem ser substituídas por superfícies lisas com inclinação suficiente para impossibilitar a acumulação de poeiras.
Refira-se que as explosões resultantes de depósitos de poeiras (também designadas por explosões secundárias) são muito mais destrutivas que as resultantes das poeiras em suspensão (também referidas por explosões primárias).
E no caso de instalações de distribuição de gases inflamáveis?
No caso de instalações de distribuição de gases inflamáveis, caldeiras e outros postos utilizadores destes gases , no sector da alimentação e bebidas, é essencial assegurar o bom estado de funcionamento destas infra-estruturas procedendo às verificações periódicas e garantindo que as canalizações flexíveis se encontram em bom estado de conservação, isentas de gorduras e dentro dos respectivos prazos de validade. Uma outra medida passa por assegurar condições adequadas de ventilação a estas instalações, assim como para as unidades de recarga de baterias de CAMC, unidades de limpeza de peças, na manutenção e armazéns de produtos inflamáveis são medidas de prevenção essenciais para limitar o desenvolvimento de atmosferas explosivas.
Uma adequada ventilação pode ser conseguida por ventilação natural mas em diversas situações é necessário o recurso as sistemas de ventilação forçada na produção de produtos alimentares e de bebidas. A ventilação deve ser feita por exaustão, preferencialmente em local próximo da fonte de emissão. No caso dos armazéns de produtos inflamáveis, a exaustão deve ser efectuada a partir de um ponto próximo do solo pois os vapores destes são mais pesados que o ar acumulando-se, por isso, junto ao solo.
O ar de compensação (por insuflação natural ou preferencialmente forçada) deve ter admissão a partir de local afastado do ponto onde faz a exaustão na indústria de alimentação e bebidas.
Recomenda-se que os dispositivos de captação assegurem uma depressão de 25Pa e uma velocidade mínima de escoamento do ar através das “hottes” de 0,30m/s. O débito de renovação do ar deve ser adequado à taxa de libertação de vapores ou névoas. Os ventiladores utilizados deverão ser adequados, garantindo um nível de protecção suficiente, para funcionamento em segurança nas zonas perigosas.
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