Nas fronteiras da Costa do Marfim, verdadeira ameaça à indústria do chocolate, pulula a doença maldita do Ébola. Isto porque a Costa do Marfim é alta produtora de cacau, ou seja, responsável por 40% da oferta mundial desta matéria prima preciosa na indústria do chocolate conforme refere o site PtJornal.com.
Ébola, já em força na Serra Leoa, Libéria e Guiné, anda a rabear a Costa do Marfim: que futuro arrasta esta doença para a indústria do chocolate?
As previsões da expansão do vírus feita pela US Centers for Disease Control and Prevention são catastróficas: poderá afectar cerca 1,4 milhões de pessoas até início do próximo ano nesta região de África.
Uma visão mais pragmática sobre este assunto implica repensar na indústria do chocolate na Costa do Marfim, visto que representa 40 por cento da oferta mundial de cacau… isto apesar de, até agora, não terem sido detectados casos na região. Não obstante, o medo já está instalado e tal como refere o responsável de pesquisa no Ecobank “Se existir algum surto na Costa do Marfim os preços poderão duplicar”: uma dor de cabeça para a indústria do chocolate em geral.
A grande questão reside no difícil controlo das fronteiras, pelo que será com facilidade que eventuais portadores da doença cheguem à Costa do Marfim com a finalidade de se tratarem e, desta feita, propagarem o vírus. Se assim acontecer, está já decidido que não haverá lugar à autorização de movimentos dos trabalhadores. Ora se tal acontecer no pico das colheitas do cacau – que decorrem habitualmente entre Outubro e Março, que futuro resta à indústria do chocolate?
A rota já está, lamentavelmente, traçada: se o Ébola chegar à Costa do Marfim a próxima paragem será no Gana – o país produtor de 20% do cacau mundial, o segundo maior do mundo depois da Costa do marfim
As probabilidades de deslocação para o Gana do vírus Ébola caso se aloje na Costa do marfim são imensamente grandes. Falando-se especificamente no caso da indústria do chocolate os prejuízos serão enormes: é no Gana que se produz mais de 20 por cento do cacau mundial: como substituir, nos mercados internacionais de cacau, as cerca 4,2 milhões de toneladas produzidas anualmente?
Refira-se que depois da Costa do Marfim – que produz 1,6 milhões de toneladas de cacau -, o Gana é o segundo maior produtor: 0,9 milhões. A indústria mundial de chocolate, sejamos realistas, não consegue produzir sem os fornecimentos de cacau destes dois países.
Existe ainda a informação de que outros sectores agrícolas poderão vir a ser fortemente afectados por esta doença. Tal é o caso da castanha de cajú ou das sementes de gergelim cuja produção ficará completamente comprometida.