O pinheiro manso é a única árvore que produz pinhão na Europa, um fruto seco, com um elevado valor nutricional, e que ajuda a prevenir e tratar as mais variadas doenças. Portugal tem 78 mil hectares de pinheiro manso. Mais de sessenta por cento destas árvores ficam localizadas na região de Alcácer do Sal.
Esta árvore dá como matéria-prima as pinhas, dentro das quais se desenvolve uma semente comestível, de casca rija e com um sabor inconfundível: o pinhão, uma semente com alto valor nutricional, rica em minerais e ácidos gordos.
Além de produzir as pinhas, que contém no seu interior este fruto seco, o pinheiro fornece-nos lenha e resina, dois materiais essenciais para a indústria do mobiliário e papel.
A apanha das pinhas tem muito impacto na economia nacional, porque é feita manualmente, sendo muito bem remunerada, até porque o pinhão é dos frutos mais caros que existem à venda no nosso país. Em Portugal são apanhadas, anualmente, entre 60 a 70 milhões de pinhas.
A produção de pinhão nacional deverá aumentar nos próximos anos, resultado de investimentos realizados neste sector.
Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão
Entre os meses de Dezembro e Março dezenas de pessoas exploram os pinheiros portugueses para procederem à recolha das pinhas. Após a colheita, estas são partidas e dá-se a recolha do pinhão. Uma pinha pode conter dezenas de pinhões, que são lavados após serem retirados do interior da pinha.
Nas superfícies comerciais, os mesmos encontram-se à venda já sem casca e embalados, embora seja possível adquirir este fruto ainda com casca ou mesmo apanhá-lo do chão em regiões onde existem pinheiros. Com condições climatéricas adversas, uma boa parte acaba por cair, podendo ser apanhada por qualquer pessoa.
Como um pinhão pode curar os seus males?
O pinhão pode prevenir o aparecimento de doenças oncológicas, ajudar e tratar a diabetes e a controlar o colesterol, por ser um fruto rico em cálcio, ferro, zinco e magnésio. Este tem um valor nutricional bastante elevado e pode ser uma boa alternativa ao leite de vaca.
Quem consome pinhão regularmente constata que este fruto ajuda na redução do apetite, mas à que ter cuidado, porque este é um alimento altamente nutricional: cada pinhão contém trinta quilocalorias. Agora os apreciadores deste fruto seco não consomem só um ou dois pinhões diariamente, porque este tem dimensões bastante reduzidas e parece inofensivo na manutenção de uma dieta equilibrada.
Mercado externo não dispensa o produto nacional
Cerca de 95 por cento da produção nacional é destinada ao mercado externo. Os principais compradores são Itália e Espanha, que compram o pinhão com casca, para depois procederem à transformação nas suas indústrias, e o venderem como pinhão espanhol. Este facto leva a que o pinhão português perca visibilidade no mercado externo.
Portugal adquire pinhão proveniente de Espanha, embora muitos destes frutos sejam de origem chinesa ou turca, mercados que usam Espanha para colocar o seu produto em Portugal.
Um bom pinhão com um preço de qualidade
O pinhão não é um bem essencial, sendo muito adquirido em épocas festivas, como é o natal ou o fim-de-ano. Este é utilizado como aperitivo, para acompanhar pratos de carne e peixe, e para produzir doces ou bolos.
No ano de 2013 o pinhão nacional atingiu níveis históricos, que chegaram aos cem euros por quilograma. Este valor acompanhou a lei da oferta e da procura. Em Dezembro, o consumo deste fruto seco quadruplica, fazendo com que exista uma procura excessiva para a oferta existente.
A produção de pinhão sofreu uma forte diminuição nos últimos anos, devido a pragas que invadiram os pinheiros e atacaram as pinhas. Tal facto provocou um aumento desmedido no preço por quilograma.